Este ano, uns vã a pé c'm' ê cá, ôtres vã a cavalo e há os que tamém s' amontam im b'cicletas...
Se algum de vomecêas dé o nome p'ra ir à Via Algarviana Sáb'do que vem, fique já sabendo qu' ê cá tamém vô-me. À pata, 'tá bom de ver, qu' ê cavalo nã tenho e b'cicleta tamém não. E, méme que t'vesse, nã m' afiturava a isso p'a nã m' hablitar a bater a apèraja aí num sito qualquer e terem de me trazer às costas caminho do monte...
Pôs, mês belos amigos, p' àqueles qu' inda nã se resolveram, se quererem ir a pé, inda vã a tempo de dar o nome hoje ó amanhã, agora de b'cicleta já 'tá tudo chêo. A cavalo, calhando, tamém inda podem ter sorte, mái nã sê lá munto bem. É falarem com a famila lá da Almargem, qu' eles têm isso tudo im dia.
Desta vez, nã cudem qu' é que c'm' no ano passado que só abalamos sês... P'r o que tenho ôvisto d'zer, abalam de Alcoutim, à pata, p'ra cimba duns sessenta e tal. De b'cicleta sã mái uns qu'renta. E a cavalo, contando todos - famila e animazes - sã tamém uma bela manchêa deles...
E tamém já tenho ôvisto qu' ele há pr' aí uns pôstos de tel'fonia e, p'r o jêto, tamém de tel'visão, que vã dar notiças daquilo. Olhem, a Rádio Fóia des qu' é uma delas. Qu' ê cá, d'zer a verdade, nã tenho a firme certeza qu' isso seja assim... Vendo p'r o mémo preço que comprí. E o que me d'zeram foi que, calhando, isso ia-se dar.
Desta vez, uma pessoa já dá com este sinás, calhando, é má de se perder...
Atã nã se façam rasmôlgos e, a 6, 7 e 8 do mês que vem, o mês da Abril, levem repáiro a ver se vêem a gente passar aí nalguma banda. Os que darem cá chigado... Qu' ê cá nã sê munto bem se darê... A sês, vem-se de Silves até Monchique, passando na Picota. A sete, vai-se de Monchique p'ra Marmelete, passando na Fóia. E a oito, vai-se de Marmelete p'a Bensafrim, passando nas Romêras.
Que vomecêas já sabem bem o qu' é a Via Algarviana... É aquela vereda que vai désna d' Alcoutim até ô farol do Cabo de S. Vicente e tem mái de sassenta léguas de comprimenta. É méme isso: 300 km... Sempre cá p'r cimba, p'la Serra. Nunca se vai lá im baxo ô Algarve. Qu' eles lá no Algarve tamém têm uma coisa assim par'cida. Béque-me l'e chamam a Ecovia ó coisa assim...
E já agora, mês belos amigos, passem munto bem p'r cá qu' ê, em voltando, logo l'es conto c'm' é qu' a coisa foi. E só volto lá p' à Páscoa. Vejam se ganham muntos contratos e comam muntas amêndoas.
Atã, até qu' a gente se veja.
A minha vontade é de ir andando e passeando por esses caminhos.
ResponderEliminarÉ mesmo.
Mas na impossibilidade de o fazer (para já), resta-me percorrer essas serras pela prosa que o "compadre" aqui deixa.
Um abraço!
O Parente é que sabe desfrutar dos recantos que Monchique e a sua serra têm para descobrir.
ResponderEliminarHaja mais gente destemida como você, e que aproveite mais esta oportunidade de exercitar o físico e o espiritual (na comunhão com a Natureza)!
Cá ficaremos à espera dos registos dessas caminhadas :)
Cumprimentos para si e respectiva Maria.
Há quanto tempo não passava aqui por este cantinho.
ResponderEliminarLer as suas descrições, além de serem lições permanentes, também originam o aparecimento de sorrisos que se mantêm durante todo o tempo de leitura :)))))
Agora voltarei mais vezes.
Um grande beijinho
Conterraneo meu, um grande bem haja pela iniciativa.
ResponderEliminarDeixo aqui a minha intenção de voltar amiude para estar informado de todas as aventuras que nos levem a re-descobrir o que ainda há de mágico.
Colorindo o presente, com os sabores e imagens do passado.
Obrigado.
Bernardo Carneiro