- O "pisolites" quem?!...
- O "Pisolithus Tinctorius", ti Refóias...
- Qu’ é isso, home?...
- É assim qu' eles alomeam essa cagumela. P'r menes, ê cá fui ver ali a uma coisa qu' ele há na internet, ch'mada Wikipedia, e 'tá lá esse nome.
- Cagumela?!... Nunca dí p’r ninguém ch'mar cagumela a isto…
- Atão, ‘teja certo qu’ isso é uma cagumela tal e qual c’m’ às ôtras que p’r ‘í há. E os que sabem dã-l’e o tal nome de “Pisolithus Tinc…
- "Pisolites"… Pôs olha, Zé Manel, isso nunca ôvi... Ê cá semp'e tenho ôvisto é a famila daqui l'e ch'mar "Bufa de Velha", com l'cença da palavra, que nã te quero faltar ô respêto. Nem a ti nem mái ninguém...
- Isso é o qu’ a gente aqui, parvos, se l’e dé im ch’mar. Foi um petafe qu’ a famila de cá semp’e teve foi esse. Em nã se sabendo bem o nome duma coisa, enventa-se uma à nossa manêra… Agora veja lá se vai pôr isso aí na internet...
- E achas mal? Cada um desinrasca-se. Foi p'r "Bufa de Velha" qu' ê sempre os conheci...
- O "Pisolithus Tinctorius", ti Refóias...
- Qu’ é isso, home?...
- É assim qu' eles alomeam essa cagumela. P'r menes, ê cá fui ver ali a uma coisa qu' ele há na internet, ch'mada Wikipedia, e 'tá lá esse nome.
- Cagumela?!... Nunca dí p’r ninguém ch'mar cagumela a isto…
- Atão, ‘teja certo qu’ isso é uma cagumela tal e qual c’m’ às ôtras que p’r ‘í há. E os que sabem dã-l’e o tal nome de “Pisolithus Tinc…
- "Pisolites"… Pôs olha, Zé Manel, isso nunca ôvi... Ê cá semp'e tenho ôvisto é a famila daqui l'e ch'mar "Bufa de Velha", com l'cença da palavra, que nã te quero faltar ô respêto. Nem a ti nem mái ninguém...
- Isso é o qu’ a gente aqui, parvos, se l’e dé im ch’mar. Foi um petafe qu’ a famila de cá semp’e teve foi esse. Em nã se sabendo bem o nome duma coisa, enventa-se uma à nossa manêra… Agora veja lá se vai pôr isso aí na internet...
- E achas mal? Cada um desinrasca-se. Foi p'r "Bufa de Velha" qu' ê sempre os conheci...
Qualquer sito l'e serve p'a narcer...
- Mái tamém, nã vale abusar… “Bufa de Velha”… Tal é essa conversa!... Sempre podiam ter arrenjado um nome mái jêtoso…
- Olá, olá… Até parece qu’ é alguma coisa do ôtro mundo…
- E nã l’e parêce?!...
- Cá p’ra mim, ‘té acho que l’e fica méme ô queres. Já repàiraste, q’ondo elas ‘tão maduras, e l’ incalhas ó dás uma tarôcada o qu’ é que se dá?
- Ora… Sai uma remessa de…
- … de fumo…
- Qual fumo!... Aquilo parece fumo mái nã é, ti Refóias…
- Fumo digo ê cá… Ê sê munto bem qu’ aquilo nã é fumo. É uma pòzêra quasequer…
- Aquilo sã as sementes deles. Quer-se d’zer, eles chamam-l’e, béque-me, esporos.
- Seja lá o que ser, já que sabes assim tanto, alguma vez viste algum narcer no mê duma estrada d’ alcatrão?
- Olá, olá… Até parece qu’ é alguma coisa do ôtro mundo…
- E nã l’e parêce?!...
- Cá p’ra mim, ‘té acho que l’e fica méme ô queres. Já repàiraste, q’ondo elas ‘tão maduras, e l’ incalhas ó dás uma tarôcada o qu’ é que se dá?
- Ora… Sai uma remessa de…
- … de fumo…
- Qual fumo!... Aquilo parece fumo mái nã é, ti Refóias…
- Fumo digo ê cá… Ê sê munto bem qu’ aquilo nã é fumo. É uma pòzêra quasequer…
- Aquilo sã as sementes deles. Quer-se d’zer, eles chamam-l’e, béque-me, esporos.
- Seja lá o que ser, já que sabes assim tanto, alguma vez viste algum narcer no mê duma estrada d’ alcatrão?
Fazeram-l'e uma estrada d' alcatrão im cimba? Fura o alcatrão e pronto...
- C’m’é qu' havera de ver? Isso nunca se deu… Só se t’ver lá um monte de terra… ó esturme… ó coisa assim…
- Isso cudas tu. Pôs fica sabendo – e vem àlém o tê pai que nã me dêxa mintir, qu’ ele tamém viu – qu' inda ontordia, ia-se a gente os dôs a caminho de Marmelete, à pata, e, num certo sito, p’a melhor d’zer, méme ô pé do Cerro dos Picos, ‘tavam uma data delas…
Acode, logo, o mê compad’e Jôquim do Barranco, pai do Zé Manel:
- Umas já grandes ôtras não, tudo narcido no mê do alcatrão!... Faz verso e é verdade.
- Isso cudas tu. Pôs fica sabendo – e vem àlém o tê pai que nã me dêxa mintir, qu’ ele tamém viu – qu' inda ontordia, ia-se a gente os dôs a caminho de Marmelete, à pata, e, num certo sito, p’a melhor d’zer, méme ô pé do Cerro dos Picos, ‘tavam uma data delas…
Acode, logo, o mê compad’e Jôquim do Barranco, pai do Zé Manel:
- Umas já grandes ôtras não, tudo narcido no mê do alcatrão!... Faz verso e é verdade.
- Alguma vez?!... Hoje tiraram os dôs p’a fazerem porra de mim, já vi…
- Nã é nada disso, Zé Manel. O qu’ o tê pai diz é a pura da verdade. Olha, parêce mintira, mái as velhacas narceram méme debaxo do alcatrão. Alevantaram-no e ali f’caram espècadas…
- Só vendo… E méme assim, nã sê, na sê...
- Atã, calha méme bem, anda cá aqui com-migo qu’ é p’ra veres uns retratos qu’ ê l’es tirí…
- E isso f’cô alguma coisa de jêto, compadre? É qu’ os sês retratos, d’ ora im q’onto, ficam assim um coisinho manhôsos...
- Lá 'tá vomecêa...
- Nã l’e pareça mal. Calhando, sô ê cá que já vejo pôco com estas lentes…
Falar verdade, nã me calhô aquilo munto bem e quái que me parcé mal, mái, méme assim, lá fui amostrar os retratos ôs dôs. Pai e filho. O qu' é qu' ê cá havera de fazer?...
Em 'tando maduro, lá vã as sementes pr' os ares...
E, p'ra mecêas verem o qu' o tal "pisolites nã sê quem" é capaz de fazer, tamém l'es pranto aqui uns quatro ó cinco retratos, méme mal tirados e conto-l'es c'm' à coisa se passô.
Aquilo, p'ro jêto, as cagumelas tinham-se criado lá, o ôtro ano, q'ondo a estrada inda era uma carrelêra de terra. Dêxaram a semente, sa senhora boa vida, e desparceram, c'm' tôdes anos. Vai daí, a Cam'bra terminô alcatroar aquilo e foi o que fez.
De manêras que, as sementes - aquilo qu' eles alomeam de esporos - f'caram imparêdadas debaxo do alcatrão e da brita. Ora, tã penas chigô a altura de darem cagumelas novas, aquilo há-de ter sido uns trabalhos... Más elas pertaram tanto ó tã pôco com o alcatrão que, foram foram, arrebentaram com ele e parceram à luz do dia...
Más ê cá tamém 'tô c'm' o Zé Manel. Se nã visse nã acraditava...
De manêras que, as sementes - aquilo qu' eles alomeam de esporos - f'caram imparêdadas debaxo do alcatrão e da brita. Ora, tã penas chigô a altura de darem cagumelas novas, aquilo há-de ter sido uns trabalhos... Más elas pertaram tanto ó tã pôco com o alcatrão que, foram foram, arrebentaram com ele e parceram à luz do dia...
Más ê cá tamém 'tô c'm' o Zé Manel. Se nã visse nã acraditava...
Por isso, nã m' admira nada o moço cudar qu' ê cá e o pai dele se 'tava a mangar.
E mecêas, calhando, tamém nã ficam lá munto certos qu' a coisa se tenha passado assim. Ora, cagumelas a furarem o alcatrão da estrada... Quem sabe lá s' isso nã é coisa aí dessa malta da internet que mudam os retratos e fazem o que querem com eles...
Más isto é tã puro c'm' à luz que nos alomêa. Dé-se tudo tal e qual c'm' ê cá l'es 'tô a contar. Podem acraditar à vontade cá no Parente qu' ê nunca l'es ia fazer o ninho atrás da orelha. E logo a vomecêas que vêem semp'e devassar as patacoadas qu' ê cá pr' aqui pranto...
E mecêas, calhando, tamém nã ficam lá munto certos qu' a coisa se tenha passado assim. Ora, cagumelas a furarem o alcatrão da estrada... Quem sabe lá s' isso nã é coisa aí dessa malta da internet que mudam os retratos e fazem o que querem com eles...
Más isto é tã puro c'm' à luz que nos alomêa. Dé-se tudo tal e qual c'm' ê cá l'es 'tô a contar. Podem acraditar à vontade cá no Parente qu' ê nunca l'es ia fazer o ninho atrás da orelha. E logo a vomecêas que vêem semp'e devassar as patacoadas qu' ê cá pr' aqui pranto...
E desta manêra me despeço. Fiquem-se com Dés.
Bufa de Velha? Esses marafades dos algarvies arranjem cada nome! :)
ResponderEliminarA gente aqui po litoral oesti na lhe chamemos nada. Quer-se dezer: ê chame coguemelos dos ouvides, per casa dum menino qu'os metia par dentro das órelhas :)