Já vieram aqui 100.000 vezes bispar o 'Parente da Refóias'...
Calhí a m' ir assomar ali àquela coisa que marca q'ontas vezes é qu' a famila vem aqui devassar isto, vejo um numbre tã comprido qu' até custí a dá-lo lido... Soletrí, soletrí, e, calhando, nã 'tarê atribuído. Aquilo, é limpinho qu' é méme cem mil...
Assim que tive a certeza, nã esperí fogo, fui caminho do mê compad' Jôquim p'a l'e dar a nova e l'e fazer arrenegas... É qu' ele, uma ocasião que 'tava um coisinho infèzado com-migo, teve a pôca vergonha de me d'zer que só quem vinha aqui ver isto era ê cá e um ó dôs parvos c'm' ê cá...
- Com qu' então, parvos c'm' ê cá!... - Arrulhí-l'e bem de rijo ô pé das orelhas, inda mal ia chigando à rés dele.
- Parvos c'm' vomecêa?!... Mái que conversa é essa, compad' Refóias?...
- Atã já nã s' alembra daquela ocasião que mecêa me pôs im cara que só quem ia ler aquelas patacoadas qu' ê ponho lá no Blog era ê cá e parvos c'm' ê cá?!...
- Disse?!... Nã tenho mimóira disso, nã senhora...
- Ai, nã s' alembra?!...
- Mái, se nã l'e disse, dig'-l'e agora: s' irem lá mái alguns, há-de ser munto pôcos...
- Ai sã munto pôcos?!... Atão, fique sabendo que já lá foram bispar cem mil vezes!...
O mê compadre nã queria crer no qu' ê cá l'e 'tava d'zendo, mái tã penas viu aqueles zeros todos à frente do um...
O homem fez assim béque-me que s' ingasgô, dé um tossido p' ô lado, e vá de desconversar:
- Mecêa inganô-se aí nuns dôs ó três zeros, compadre... Ó 'tará a precisar d' ir ô dôtor dos olhos. Mái nã é p'r falta de vista... é p'r 'tar a ver a más...
- Atã, venha cá ver vomecêa... Venha!...
- P'ra quem?!... Calhando, mecêa já mexé lá naquilo... c'm' o mê Zé Manel fez uma vez ô conta-quilómetros daquela b'cicleta qu' ele vendé a um trôxa lá de baxo do Algarve... Nã s' alembra? Aquilo marcava alguns cento e tal mil quilómetros e ele pôs curenta e oito...
- Isso foi o sê Zé Manel... Más ê cá nã faço dessas...
D'zer a verdade, já me 'tava a inzainar um coisinho com aquela conversa, cudando qu' ele 'tava a fazer cachamorra de mim...
- Nã se parêça mal, compad' Refóias qu' ê cá 'tô só a caçoar consigo... Atã, amostre lá isso, p' à gente ver...
Mái, ô fim de contas, o homem 'tava só a charolar...
De manêras que, a coisa compôs-se e pusemos-se os dôs munto imbasbacados a lambarear a respêto do caso.
E isto tudo premode quem?... Premode vomecêas, mês belos amigos, andarem semp'e aqui a devassar as minhas parvoêras...
Ora, 'tá bom de ver, qu' ê cá nã faço nada de más em l'es agradecer. Tamém, p'a ser franco, mái do que isso nã dô fêto...
Atã, m't'ôbrigado, m't'agradecido, Dés Nosso Senhor é que l' há-de pagar.
E vã parcendo sempre p'r 'qu'i qu' ê fico munto contente.
Tenham munta saúde e até um destes dias.
Parente da Refóias,
ResponderEliminarÊ cá, tenho feito a minha parte, já calcorreei estes caminhos vezes sem conta mas, é sempre um prazer renovado ler as suas crónicas.
Bêjinho da Catarina
Pois eu, que não há muito tempo lhe achei o caminho, estou sempre por cá passando para saber, lendo, o que o parente tem a dizer.
ResponderEliminarE hoje sou eu que lhe digo: parabéns pela muita freguesia que por aqui passa.
E se já são cem mil a seco, o que não seria se houvesse que beber!
Um abraço!!!!
Algumas são minhas...que cá venho "ao cheiro" de mais um grifo, uma curva do caminho. Que nunca esqueço o que gosto.
ResponderEliminarQue bom que continues entre medronhos e livros!
Abraços