Cá a gente inda escolhe as zêtonas à moda antiga...
Esta semana, nã tinha assim serviçalho nenhum p'a fazer d' urgente, tirí p'a dar uma manita ali ô mê compad' Jôquim do Barranco a panhar umas três ó quatro zêtonas qu' ele p' ali tinha numas ol'vêras, logo prebaxinho da casa.
D'zer a verdade, logo, cudí qu' aquilo nã dava p'a tirar a jorna, mái, tã penas a gente os dôs e más o filho dele - o Zé Manel - se jogamos ô trabalho, vi logo qu' o homem inda apurava p' ali qualquer coiseca. Mái que nã fosse, umas q'ontas p'a britar e outra manchinha delas p'a alagar na água.
Nã sã assim lá grande coisa, qu' isto o tempo nã chové que passasse bem a terra e, atão, elas nã ingradaram quái nada, mái olhando a que nã l'e deram despesa - nem calda nenhuma l'e deu... - inda nã se pode quêxar munto...
De manêras que, pusemos-se a panhar nelas, levamose-as p'ra casa e vá de escolhê-las c'm' se fazia nôtres tempos, com um tab'lêro e três vasilhas: uma p' às de britar, ôtra p' às d' água e ôtra p'ô rafugo que sã as que se mandam p' ô alagar.
Tava-se munto bem nesse serviço, salta o Zé Manel com-migo, fêto esperto, qu' ê cá nã sê quem, nã sê quem, já tinha dêxado o blog da mão, que esta e qu' aquela, toma abaxo e toma arriba... e vá de fazer porra de mim.
Ele, este ano, há umas zêtonecas, mái nada que se parêça com o ano passado...
Ora ê cá nã digo qu' ele nã t'vesse um coisinho de razão... que, verdade se diga, descuidí-me um belo pôco com isto, mái tamém nã era caso p' ô marafado se pôr p' ali a rançar daquela manêra, que nunca mái se calava...
- Vomecêa já se l' acabô foi a coraja... Já nã tem assunto, é o que é... E o blog do Parente da Refóias dé o carepo...
- Ai, sim?!... Atã e tu não esp'r'mentas a fazer um premode quem? S' és assim tã descreto... Faz lá um qu' ê quero ver o que sai daí, ó...
- Ê cá não... Tenho alguma coisa a me meter nisso?... Mái tamém l'e digo, se me metesse, nã fazia a figura que mecêa tem 'tado a fazer... Anda já aí tudo a d'zer coisas... que se calou, que nunca mái dé vaia a ninguém, que perdé o pio... 'Té, lá im Vila Nova, já me prècuraram se vomecêa tinha esticado o pernil...
Punhefra!, aí dé-me cá um géno marafado!.. Béque-me me assubi o sãingue às ventas, quái que dêxí de ver e pensí:
- 'Pera aí qu' ê já te digo... Ê já te faço ver c'm' é que é...
Mái, abrandí e inda l'e disse:
- Atã nã vês qu' isto foi um Verão ruim qu' ê tive, par'ceram-me impendiclos até mái não e andí p' aí metido tamém nôtras coisas... E nã te desqueças que "almocreve que toca muntas bestas, alguma l'e fica p'a trás"...
E inda s' aprevêta bem munta p'a alagar...
Más ele teve-se barimbando p'ra isso e lá foi d'zendo parvoêras, umas atrás das ôtras, até l' aborrecer. E ê cá, o qu' é qu' havera de fazer?... Nã l'e dí mái reposta nenhuma...
De manêras que, ô lusco-fusco, arredondô-se o serviço e ê cá abalí, sem d'zer nada a ninguém, joguí-me ô comp'tador e vá de escrev'nhar ôtra vez... Até a minha Maria estranhô, vejam lá...
Qu' ê cá, atão, nunca tinha pensado im largar isto da mão, 'tá bom de ver... As coisas é que nã me correram lá munto a mê jêto nestes meses tôd's... E em a vida nã correndo de fêção, má da volta...
E, já agora, mês belos amigos, apr'vêto a ocasião p'ôs comprimentar e l'es pedir desculpa de ter dêxado passar tant' ô tempo sem l'es d'zer coisíssema nenhuma. Tenham pacência que mecêas têm a r'zão toda do sê lado, mái nã se parêçam mal qu' ê cá nã fiz isto d' a prepósito. Calhô assim...
Atã, fiquem-se com Dés.
Grande alegria ver acender-se aqui meu agregador, depois volto com mais calma. Grandes férias, heim! Seus leitores estavam saudosos, preocupados, agoniados.
ResponderEliminarGrande abraço
Oh Parenteeee!!!
ResponderEliminarPoça, ainda bem que voltou, estava a ver que não!!!
Que prazer ler novamente as suas crónicas, já se faziam sentir por aqui as saudades, do parente, da sua Maria e dos seus compadres.
Fazendo votos que venha p'ra ficar, deixo um bêjinho.
Catarina, a alentejana
Obrigado por ter voltado !
ResponderEliminarFantástica surpresa.
ResponderEliminarGostei muito.
Um abraço.