13 novembro 2006

A pé, désna de Portimão a Monchique

Ponte do Vau - Portimão

Abalí de Vila Nova ô amanh'cer, inda lusco-fusco, q'ondo chiguí à Ladêra do Vau, já ele chovia.

Tal e qual c'm' l'es disse, enq'onto andí na fêra de Vila Nova, dé-me na cabeça d' ir a pé p'ra Monchique, p'a m'alembrar do tempo qu' a famila, quái toda, fazia isso p'ra baxo e p'ra cimba, q'ondo tinha míngua d' ir lá im baxo ô Algarve.

Aquilo foi uma risada lá na casa das amigas da minha Maria. Toda à nôte, até a gente ir dromir, levaram a fazer cachamôrra de mim, cudando qu' ê cá nã era homem p'a fazer tal coisa. Más a minha Maria, que já me conhêce bem, 'tava mê desconfiada qu' ê falava a sério.

- Olhe qu' isto, q'ondo ele mete uma coisa na cabeça, é má de l' a dar tirado. Ele até já anda p' aí a d'zer que vai a Santiago...

- Eh'q!... Q'ondo chega ali às Vendas, já ele nã pode com os tacõs das botas... - D'zia a Dores.

E a Alzirinha, a filha dela:

- Qual Vendas... Atã vocêas pensam qu' o homem, tampôco, chega a abalar?!... Isto é tudo conversa. Nã s' acraditem. Más a más qu' eles dã chuva p' à amanhã...

- Ai vomecêas pensam qu' ê dig' isto só p'r d'zer? Atã, logo se vê... Tenho ali uma capa de plástico qu' a Caxa me deu uma vez qu' ê lá fui alevantar p' a lá um d'nhêreco da pensão, aquilo tem capuz e tudo, que chova que nã chova lá vô...

- Ó parente, se ser caso disso, tamém l'e imprestamos ali um guarda-sol... - D'zia a Dores, inda mangar, mái já mê desconfiada, qu' ê cá, calhando, semp'e abalava a pé.

- Atã isso tem a gente ali. Que q'ondo se vai p'a fora, usa-se semp'e a trazer. Más é que nã me calha levar, que dá má jêto andar assim tant' ô tempo com aquilo nas mãs.

- E inda sã uns belos quilómetros daqui lá...

- Até chigar méme ô destino, sã vinte cinco.

- Tantos?!...

- Olá, olá... Já andí munto más do que isso... Olhe, no dia da inà'g'ração da barraja do Odiáxar', vim ê cá p'r aqueles córg's abaxo e voltí p'a casa ô fim da tarde. E sabe o que leví p'a c'mer tôd' ô dia? Um pedaço de pã às secas...

- Atã e, amanhã? Levas alguma coisinha p'a c'meres e b'beres p'r o caminho? - Diz a minha Maria, toda crusidôsa com-migo.

- Se levar, levo. Se nã levar, logo me g'verno im qualquer banda, numa venda dessas aí da estrada. Qu' eles, hoje, im tôd' ô lado têm uns peros ó umas bananas à venda e fritam um pedaço de carne magra p'a se c'mer com pão. E água, é só comprar uma garrafinha, q'ondo me dar sede.

E assim foi. No ôtro dia, bem de manhãzinha, indo tudo dromia, alevantí-me sem fazer barulho, dí de vaia à minha Maria p'a ela saber qu' ê tinha abalado, e lá fui...

O que nã gostí assim munto foi até passar do casarío de Vila Nova. É que, méme àquela hora, já andava famila e carros na rua e um f'lano, p'a atravessar as ruas tem de ter munto cudadinho qu' eles, em tendo o sinal verde, nã olham a nada...

Quái uma hora despôs d' abalar, q'ondo chiguí à Ladêra do Vau, cudava que já dava visto o bico da Fóia e da Picota. Qual o quém!... Com o tempo embrulhado c'm' 'tava, mal via a ponte. E, nã tardô nada, desato a sintir uns pingos de chuva, e eram bem gróss's. E inda 'tava a 20 Km de casa...

Digo p'ra mim:

- Olha seja o que Dés quêra... Ela tanto molha d'scretos c'm' parvos, dêxa-me más é melhor vestir esta coisa de plástico qu' a Caxa me deu, que semp'e envita um coisinho...

Ponte do Vau - Portimão

Na Ladêra do Vau - já tinha andado mái ó men's uns 5 Km - desatô a chover. A Fóia e a Picota viste-las... 'Tavam tapadas de nuves.

- Mái nã foi preciso, que nesse entrementes, vejo uma m'lherzinha, que p' ali 'tava, abalar a fugir, toda encolhida, com as mãs na cabeça e antrar p' à casa dela. A m'lher - boa pessoa - ô méme tempo que f'chava a porta, vi-me ali naquela figura, arrulha p'r mim:

- Venha cá! Venha cá pr' aqui! Abrigue-se aqui im casa, um pôcachinho, qu' isto vem aí um tempo que vomecêa fica aí que nem um pinto...

Logo, pensí:

- A m'lher 'tá p' ali sòzinha, 'té me dá vergonha d' antrar nã vã p' aí pensar coisas...

Más ela brigô, ôtra vez:

- Avíe-se, homem... Olhe qu' ela 'tá a engrossar e mecêa molha-se todo... O mê marido era p'a ter ido agora a fazer ali um servicinho, mái c'm' vi' o tempo vir além tã escuro, dêxô-se ficar mái um coisinho de baxo de telha. E fez ele bem, senã panhava uma molhadura qu' era d' adregue nã se constipar p' aí.

Ora, assim, já f'quí mái sossegado e lá antrí p'ra casa. Era famila, béque-me, assim do mê estilo. Olhe, até pertaram com-migo p'a c'mer lá qualquer coisinha, qu' o homem inda 'tava a acabar de bober o café.

-Ó, mês belos amig's, munto l'agradêço, mái ê cá já c'mi, entes d' abalar, e agora nã me calha...

- Mái coma... Nem que seja aí só uma fatiínha ó um pique de carne de fresneco qu' inda se tem aqui, que se matô p' ali um p'rqueco esta semana... - D'zia a m'lherzinha.

- Dés l'e pague, mái nã pode ser. Olhe, é c'm' se t'vesse c'mido. Agradêç'-le na méma. Agora se m' arrenjasse aí um c'pinho d' água...

- Ó, alma de Dés, já podia ter dito!... Olhe, tome lá desta deste garrafão, qu' a gente trôxe, um dia destes, lá daquela fonte a caminho da Fóia. Qu' a aqui nã se bebe da da rede que nã se gosta. Aquilo sabe àqueles produtos qu' eles l'e põem, béque-me a l'xívia...

É que, nã vêem, escalfado vinha ê cá e só o que me calhava era bober água...

- Ai, munto bem me calhô... Mái agora tenho qu' ir andando. Vomecêas sã munto boas pessoas, mái isto o tempo já al'viô e ê quero é ver se chego ô mê destino. Dés l'e pague e até que calhe.

- Ai, homem, que vomecêa vai-se molhar. Olhe que vem aí mái uma ripada dela...

- Isto nã há-de ter dúv'da... E ê, tamém, tenho aqui uma coisa de plástico p'a vestir, se ser preciso. Fiquem-se com Dés.

Ora nã há-de ter dúv'da... Inda ê nã tinha passado bem p' ô lado de lá da ponte, já ela caía im forte ôtra vez...

Lá me pus a desenrolar o trapo de plástico que levava, mái atão, e o tempo que leví p'a dar vestido aquilo... Q'ondo pus o capuz na cachimóina, já o cabelo escorria. Mái lá fui andando p'a ver se m' abrigava debaxo da ôtra ponte lá daquela estrada nova que l'e chamam a via do infante.

Q'onto más ê andava, más ele chovia. A estrada tornô-se numa r'bêra. 'Tá bem qu' o plástico semp'e envitava um coisinho, mái atão e dos joelhos p'ra baxo?!... Punhana, qu' as calças até escorriam... E pesavam que par'cia chumbo.

Até que lá chiguí e p' ali m'encostí da melhor manêra que dí. E foi esperar um belo pôco até qu' ele descarregasse. Mái nã cudem qu' fui só ê cá que me vi ali em traquetes com tal garrão...

Nã tardando nada, vinham uns môç's numas motas de quat' rodas, t'veram qu' aparar ali ô pé de mim. E até uns, com uns jipes, fazeram o mémo.

Estrada de Monchique - Portimão Estrada de Monchique - Portimão Estrada de Monchique - Portimão Estrada de Monchique - Portimão

Ôtros, méme com vias, tamém t'veram qu' aparar ali ô pé de mim, qu' a chuva vêo de ramotão e era uma coisa p'r demás...

Aquilo, até do viaduto ele caía uns tôrnos d' água qu' era um d'sparate. Só q'ondo p' ali par'cé' uma amostra d' arco-da-velha é qu' ela abrandô.

- Atã, adonde é que vã p'r aí, com um tempo destes? - Prècuro ê cá ôs das motas.

- É uma corrida tôd' ô terreno ali p'as bandas da serra...

- Lá p' à Fóia ó p' à Picota?

Encolhêram os ombros, nã me saberam dexplicar.

- Com esta chuva tôda, nã ficarã p'a lá atolados? Olhem qu' os caminhos 'tã tôd's chês de pôças e é d' adregue nã se verem p' aí empeçados...

E lá abalaram, atrás dos jipes, tã penas ele descampô e o tal arco-da-velha se prantô p'r cimba dumas canas, lá adiente, méme adonde passa a r'bêra de Boina. Des qu' o arco-da-velha é sinal de fim da chuva e, verdade se diga, até que bate certo.

Os antigos tamém d'ziam que, no sito adonde ele toca no chão, 'tá uma panela, chêa de moedas d' oiro, enterrada. Mái, p' à incontrar, é precido ir atrás dele até chigar esse ponto.

Pôs ê cá, uma ocasião, em moço-pequeno, exp'rimentí e nã me servi de nada. Atã o raça do arco-da-velha, tã penas ê dava um passo ó dôs p' à frente, assim ele se ch'gava p'a lá... Fui andando, fui andando, e ele semp'e a fugir de mim. A uma dada altura, pensí:

- Mái atã, o ladrão parêce que 'tá vivo... Dêxa-me lá voltar p'a trás a ver o qu' é qu' ele faz...

E nã é o qu' o belhardêro tamém se pôs a andar atrás de mim...

- 'Péra aí qu' ê já te digo... - Pensí cá p'ra mim.

Ê cá 'tava numa ponta dum cantêro de canôiras de milho, munto comprido, e ele na ôtra ponta, já numas jastras que p' lá 'tavam, logo a seguir ô rego do tãinque da rebêra, qu' até tinha uma canha p' à água passar, de lá p'ra cá, p'r cima duma clarabóia dum minôco que fazeram, logo no fim desse cantêro, mái nunca descobriram água nenhuma.

Dô a volta p'r trás do cantêro, descondido à rés do v'lado, vô-me, devagarinho, sem fazer barulho, a ver s' o panhava lá adonde ele 'tava. Fui, fui, fui..., em chigando lá, entes de m' amostrar, inda assomí só um olho méme à quina do v'lado, com munto jêtinho p'a ver s' ele inda 'tava lá.

Era o 'tavas... Já se tinha escapulido lá p'ra diante p'a trás das sobrêras, que mal l'e via a ponta a luzir p'r cimba da ramaja. Nã l'es cpnto o que me vê logo assim à boca, d' inzàinado que f'quí, que me dá vergonha, mái ch'mí-l'e nomes e uns belos nomes...

E, com isto tudo, já me desquecia de l'es contar que peguí na minha trôxa e lá fui andando caminho da serra, qu' inda 'tava bem longe de casa.

Nem um quilómetro and'i, já 'tava a ver o resultado da enverna. Era rombadas naquelas barrêras e pedras p' aquelas valetas que dava dó. Tamém, s' inda eles nã arredondaram as obras d' arranjo da estrada e já aquilo se 'tá a dar, o que fará daqui a um ano ó dôs...

Mái o que me mái dé pàxão foi uns cavalinhos que 'tavam ali na pastaja e umas carôchecas qu' andavam a governar a vida ali no mê da estrada e alancaram com aquela àguaria toda im cimba da lombêra...

E, a seguir, dô com esta morada de casas já com o telhado e parte das paredes de taipa caídos no chão. Olhem qu' ê inda conheci munto bem morar ali famila...

Carrossel Oito - SilvesEstrada de Monchique - Portimão Estrada de Monchique - Portimão Estrada de Monchique - Portimão

Na minha viaja a pé, vi coisas bonitas e ôtras que me deram pàxão.

E lá fui andando no mê passo, que já nã tenho canôiras p'a grandes despachos e, inda menes, de ladêra acima, c'm' s' ia dar tã penas passasse da partilha do concelho p'ra lá.

Quái sem dar p'r ela, dêxí o Porto de Lagos p'a trás e ch'guí ô fim da recta do Rasmalho. Aí, senti um b'chinho a rabear aqui na barriga, até me pus a falar sòzinho:

- Nã ôves, atã tu tens alguma precisão d' ir aqui chê de larica e com o farnel na als'bêra?!...

Sim, qu' a minha Maria, mémo ê nã l'e pedindo, tinha-me arrenjado uma buchinha p' ô caminho e pô-se-a im cimba da menza de cabecêra. De manhã, à abalada, foi só gôrdá-la na als'bêra e abalar.

De manêras que, p'a arrenjar fortidão p' ô resto da viaja, na pr'mêra paraja da carrêra qu' incontrí, assentí-me, joguí-me ô farnel e c'mí-o todo duma assentada. 'Tava lá bem assentado, nã me chovia im cima nem vento nem nada, foi uma beleza...

De lá até à partilha do concelho era um pulinho e ê logo l'es c'm' é que foi o resto.

Tenham tôd's munta saúde.

11 comentários:

  1. Não imagina como me deleito com o relato da sua caminhada, e a forma saudosa com que recordo certas expressões e o paladar de uns bons piques no pão, acompanhados por uma caneca de café ao pequeno-almoço.

    Algumas das imagens da minha querida serra até me rasaram os olhos de lágrimas.
    Fico ansiosa por ler o resto da sua peregrinação até Monchique.

    Espero que não se tenha constipado.

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  2. ah valente!! q grande empreitada a q se propôs! E logo num dia de chuva! Imagino q ao aproximar-se do alto da serra (tb conhecido por "peniquinho do céu", por andar sempre chuvendo, n é?) ainda chovia mais!! Fico à espera do resto da jornada!

    Maraffaada (e pequerruxa, aqui à beira, no carrinho!)

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  3. Chiça! Isso sim é que é caminhar. Eu conheço essa sensação de se andar debaixo de uma chuva torrencial. Só custa no princípio quando estranhamos a roupa a pesar e a colar-se ao corpo e depois só custa no fim, quando chegamos a casa e começamos a tirar os trapos todos encharcados e teimosamente agarrados a nós. A seguir vem uma sensação de prazer indescritível. Imagino a sua, quando chegou finalmente a casa. Cá fico à espera do final do relato :))

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  4. Vamos nas asas do seu caminhar, querido amigo. Rimo-nos e sobem emoções, vemos tudo com a sua descrição. E esperamos sempre mais. Abç

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  5. Dés l'e pague a todas, minhas belas amigas, p'r serem tã boas pessoas e 'tarem semp'e a d'zer coisas bonitas cá ô Parente.
    É certo e sabido que fico um coisinho presunçoso q'ondo lêo umas coisas assim, mái dá-me desgosto de nã saber escrever c'm' mecêas que, méme sem rimarem, fazem versos que dá gosto ler.
    E, já agora, nã s' ofendam d' ê cá mandar uma rec'mendação à parte p' à Maraffaada, que, há coisa de três semanas, teve uma Maraffaadinha pequenalha, que se chama 'Zabelinha e des qu' é do mái bonito que pode ser e haver.
    Elas que tenham munta saúde e sorte e, inda um dia, gostava de vê-la a ler as minhas patochadas...

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  6. Ó compadre! Muito agradecida pela sua recomendação! Até minha 'Zabel, q estava aqui um pouco impertinente, se calou um bocadinho p eu poder responder e agradecer! É já esta 6ª feira q a minha moça pequena vai conhecer a nossa terra, primeiro vai a Vila Nova e depois sobe a serra até Monchique! Ao contrário do compadre, vai de carro q ainda n tem idade p aventuras!!! Como ainda vai demorar p saber ler, a mãe vai-lhe lendo as suas histórias q é p ela se habituar ao nosso modo de falar!!

    Fique com Deus e a su Maria também!

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  7. Parente
    Pru jête acabou-se o rôle. Só há fetegrafias até o Porte de Lagues.
    Quérim ver que mecê na foi a pé!?

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  8. Atãn cá fico á espera do resto da caminhada...

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  9. Mês bel's amig's
    'Tejam certos qu' o resto da históira há-de par'cer. Tenho é andado p' aí enleado com otras coisas.
    Mái que vinhe a pé, isso vinhe, nã cudem... Logo vêem o resto dos retratos.
    Calhando só lá pr' amanhã, qu' hoje 'tá-se de cozedura. E 'tá quái na hora de tender. Dêxa-me lá ir senã a massa inda azeda...
    Boa viaja p' à 'Zabelinha e rec'mendaçõs p'a tôd's: Maraffaada, António e Célia

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  10. Ai Homem! Nã me fale em cozedura q eu babo-me toda!! É a minha perdição, o panite cozide em forne de lenha! E quande tá quentinhe... com um coisinhe de azête e uns alhinhes (uma tibornia, chamava-lhe a minha mãe)! Ai Jasus!...

    Bem! Vou fazer as malas, a ver se ao regresso já cá temos o resto da viagem do compadre (deixou os leitores todos curiosos com o desenrolar da história!)

    Cumprimentos a todos os que amam o pedacinho de chão mai lindo de Portugal!

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  11. Tenho a sensação de que acabei de ler uma língua outra, que não o português...
    e que tive que ler 2 vezes sim, é verdade.
    Mas foi giro, marafados
    Fiquem todos bem.

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Obrigado por visitar e comentar "O Parente da Refóias"